Ainda sinto nas mãos de hoje vestígios dos últimos grãos de areia, onde na plenitude de uma infância serena e pura, criava nos aposentos das minhas paredes internas castelos coloridos com asas de borboletas azuis e o canto dos pássaros.
Lembro que, ao traçar linhas no caderno abstrato de minhas declamações, me sentia parte de uma liberdade solta e livre, como a descoberta do amor.
Por onde andam agora as vozes de inspirações que não deveriam ser condicionadas à censura dos incapazes, movidos por futilidades e insensibilidade transbordante?
Não farei parágrafos destituídos de tudo aquilo que obstrua meus avanços na chegada triunfante aos mesmos degraus, onde, vestida de princesa, aguardarei no interior desse mesmo prédio a edificação e proliferação de novas casinhas em condomínios de crianças.