Ainda sinto uma profunda e dolorida dor nos pés, provocada pelas passadas pausadas no solo do meu ártico.
No corpo, um frio distante de tudo e todos; talvez me falte a força de um albatroz a fazer um pouso programado em meio às adversidades, para que, num reflexo de tudo até aqui vivido, onde minhas velhas e surradas vestes do ontem me desnudem, provocando o nascimento de novas penas.
Impulsionando meus comandos para o alto, onde brilham as rotativas gravitacionais de Netuno, tão distante.
Preciso permitir a saída de antigos vulcões que entraram em atividade no olho profundo de minha terra e, como um anjo, sobrevoar os adormecidos sonhos que desvirtuaram por falta de um sorriso ou de um amor que se dizia eterno, para reverter-me de verdades e convicções.
Vou sentir de perto os ensinamentos tão bem alicerçados no livro abstrato de uma única vertente, a desaguar em águas do meu próprio oceano.