Não me façam calar diante do vazio de suas piegas introduções, tentando descobertas inúteis ou me colocar frente a frente com realidades aprisionadas em correntes e ferros sociais.
Não me rotulem nem me exponham como mercadoria para disputas no mercado livre, pois nasci como poeta.
Minha visão interior ultrapassa os limites das fronteiras e repousa livre e despreocupada na praia deserta de uma ilha, onde o sol e as gaivotas estendem no solo morno da paz um oásis para profunda meditação.
Sou o chamado das ondas e o mergulho intenso de um ser solitário, buscando no fundo das cascatas subterrâneas do próximo uma pausa para o amor.
Sou um eterno viajante desprovido de pertences, pois, ao empreender novas jornadas, me alimento das folhas que o tempo amarelou com intensos beijos do crepúsculo.
Sou um rabiscador nas paredes de suas ruas e nas fibras embrionárias, um compartilhador de fatos, sonhos, risos e lágrimas, até que os mundos dos mundos que habitam lá fora no cosmos me façam, num piscar de olhos, mudar de rumo e ir muito além deste lugar.