Assusto meus semelhantes, possuidores de olhos voltados para o foco do cotidiano.
Não desejo que se inclinem para um vulto de asas aladas no intuito de se surpreenderem com uma heterogênea maneira de expressões fora do velho e surrado sistema existencial, onde imperam as dependências físicas, psicológicas e emocionais de cada ser, que teimam em cultuar sentimentos causadores de apego e carência.
Ao entreabrir meus portões para a entrada das estações, deixei claro para os elementos naturais que, mesmo imersa na maior de todas as tempestades, cujos raios e trovões podem romper choros e prantos, sairei de braços dados rumo à minha particular primavera.
Abrirei meu quarto de criança e abraçarei minha boneca de pano, enquanto canto canções de ninar.
De maneira quieta, para não fazer barulho, a deixarei adormecer em macios travesseiros, enquanto parto em direção ao sol.
Essa estranha e indecifrável maneira de ser me destitui de formas comuns e tem um nome: Eu.