Às vezes, escolho o silêncio por um breve instante para abrir uma das minhas janelas voltadas para as faces humanas.
Na fisionomia do tempo, busco de forma urgente a perpetuação do meu próprio código secreto, onde guardo meus arquivos e teses que não podem ser interpretados ou defendidos em outra língua.
Falo a língua das nascentes, que ecoa quando as fendas se abrem, ressoando minha caminhada solitária e permitindo que seres microscópicos emerjam em direção à luz.
A noite se transforma na sombra colorida e misteriosa da libélula, ocultando seus segredos fora de hora.
Percorro os lugares em busca das flores, mesmo fora da estação da primavera, para imprimir em cada pétala sonhos e sorrisos.
Navego pelos lugares tranquilos, banhando-me com as finas areias dos desertos dos sentimentos, onde planto e rego meus momentos de rara criação direcionados para plataformas além.
Respiro fundo quando sinto a necessidade de ultrapassar os limites da minha era, buscando a eternidade, como os raios de sol sobre o mar.